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sábado, 24 de setembro de 2016

Ordem collembola



Ordem collembola

Caracteres. - Insetos muito pequenos (as maiores espécies tem cerca de 5 mm.), de corpo subcilíndrico ou globoso, muito delicado, branco ou de cor mais ou menos escura, apresentando, ás vezes, desenhos de cores brilhantes, ora pigmentares, ora exclusivamente estruturais ou físicas. Quase todos são densamente pilosos e muitos são revestidos de escamas. Não apresentam olhos facetados. Ocelos laterais, de estrutura semelhante á dos omatidios dos olhos compostos.
Antenas de poucos segmentos. Aparelho bucal mastigador, semelhante ao dos Thysanura Entotropha.
Em muitas espécies, entre a base da antena e os ocelos, ha uma serie de manchas escuras, dispostas circularmente, constituindo o chamado órgão post-antenal (LUBBOCK), formado por sensilios especiais, provavelmente com função olfativa.
Pernas moderadamente longas, tarsos uni articulados, providos de uma ou duas garras, de aspecto variável nas espécies.
Abdômen de 6 segmentos no Maximo. No primeiro urosternito ha um órgão especial, o tubo ventral ou coloforo, mais ou menos conspícuo, em algumas espécies, porém, representado por um simples tubérculo dividido ao meio.
O referido, órgão, funcionando como estrutura adesiva ou ventosa, permite o prendi mento do inseto ao plano em que re-.




Fig.  - Drepanocyrtus relchenspergeri Handschin (Entomobryidae)
A, B r a s i l (especie t e r m i t o f i l a)
B, g a r a t a r s a l; C, mucro d a f u r c u l a.
(De Handschin, 1924, f i g. 3).

pousa. Muitos Colembolos apresentam, no terceiro urosternito, um apêndice bifurcado, ás vezes biarticulado, o tenaculum (retinaculum ou hamula), o qual retém, quando o inseto repousa, um grande apêndice saltatorio, bífido, que emerge do 4° ou 5° uromero (furca ou fúrcula).
A peça basal da fúrcula ou manubrium apresenta um par de ramos distais (dentes), tendo cada um, no ápice, um processo em forma de garra (mucro).
Hábitos. - Os Colembolos habitam, de preferência, lugares muito úmidos, no solo, em folhas, bainhas de folhas de plantas e detritos vegetais em decomposição.
Ha espécies que habitam a superfície das águas paradas.
Ha mesmo uma, na Europa, que vive sobre a água do mar, retida nas depressões dos rochedos á beira-mar. Algumas espécies podem viver sobre a neve ou gelo. Ha ainda a assinalar espécies cavernícolas e outras que são mirmecofilas ou termitofilas.
Fig. - Hypogastruridae. B, antena; C, órgão post-antenal e olhos adjacentes.

Para o estudo das espécies termitofilas deve ser consultado o trabalho de HANDSCHIN (1924). As únicas espécies co-

Fig. - Onychiurus fimetarius (L.). A, órgão post-antenal; B, órgão sensorial
antenal.  (De Folsom, 1917. figs. 9, 83 e 84).

nhecidas como mirmecofilas são: Mastigoceras camponoti
Handschin, 1924, em ninhos de Camponotus rufipes (Sul de Minas) e Pseudosira eidmanni Stach, 1935, em formigueiros de saúva (Mendes, Estado do Rio).
Fig. - Lepidocampa zeteki Folsom (Poduridae). Panamá (consideravelmente aumentada). (De Folsom, 1927, fig. 1).

Desenvolvimento post-embrionario. - Como os Tisanuros, os Colembolos são insetos ametábolicos, isto é, desenvolvem- se mediante simples transformações, sendo as formas jovens semelhantes aos adultos. Estes diferem daquelas por serem maiores, por terem as antenas e a fúrcula um tanto modificada e o aparelho genital completamente desenvolvido.
Fig. - Sminthuridae (consideravelmente aumentada). c, coloforo; d, dentes; f, f u r c u l a; h, hamula; m, mucrones.

Importância agrícola. - A importância econômica dos insetos desta ordem é bem maior que a dos Tisanuros, pois as espécies que vivem no solo humoso ou em plantas herbáceas podem, ás vezes, causar danos apreciáveis ás sementeiras e ás plantas vivas, ou exclusivamente pelas lesões que produzem, ou porque estas permitam a penetração de fungos ou outros agentes patogênicos.
Para combater as espécies que, nos viveiros, atacam sementes, bulbos, etc., SILVESTRI aconselha cobrir o terreno com uma camada de cinza de cerca de um centímetro de altura. As espécies que atacam as partes epigeas das plantas são destruídas mediante a aplicação da calda de arseniato de chumbo, ou da solução de extrato de fumo a 2%.
Classificação. - Ha na ordem Collembola cerca de 2.000 espécies, distribuídas nos grupos referidos na seguinte chave de BÖRNER (1913), segundo SCHÖBOTHAM (1917).

1 Corpo alongado, subcilíndrico, via de regra distintamente segmentado; ás vezes os uromeros 5 e 6 ou 4-6 fundidos.
 Subord. Arthropleona9..................................................... 2.
1'Corpo piriforme, abdômen subgloboso, segmentação do tórax e dos 4 primeiros uromeros obsoleta. Subord.
 Symphypleona10............................................................................................7.
2(1) Tergum do protorax semelhante ao dos outros segmentos do corpo; sempre piloso. Fúrcula presente ou ausente; quando presente, disposta sob o 4° uromero. Tegumento geralmente granuloso, fino, raramente com escleritos fortemente quitinisados. Tubo ventral sempre curto, em forma de bolsa de paredes lisas. Manubrium sem pelos na parte ventral (Secção Poduromorpha)11............................................................. 3
2'Tergum do protorax sempre membranoso e sem pelos. Fúrcula geralmente presente e, nas formas mais recentes do grupo, dirigida para a região anal. Tegumento geralmente liso e provido de escleritos. Tubo ventral curto ou
alongado, algumas vezes com um saco lateral. Manubrium geralmente apresentando pelos ou escamas na parte ventral, raramente nu (Secção Entomobryomorpha)12...............5.
3(2)  Sem pseudocelos. Com ou sem olhos. Órgão sensorial do 3° segmento antena1 com discos sensoriais, porém sem cones sensoriais e sem papilas externas; 4° segmento antenal sem depressão sensorial subapical, sempre com saliência sensorial retrátil......................................................................4.
3' Com pseudocelos. Sem olhos. Órgão sensorial do 3° segmento antenal apresentando de 2 a 3 cones sensoriais e, multas vezes, além dos discos sensoriais, papilas externas e cercos salientes. Órgão post-antenal geralmente bem desenvolvido; 4° segmento antenal apresentando geralmente.
uma depressão sensorial subapical ..............................................
..............................................................................Fam. Onychiuridae13
4(3) Cabeça hipognata. Olhos situados perto do bordo posterior da cabeça. Dentes recurvados no plano horizontal, anelados para a extremidade, excedendo o tubo ventral. Manubrium de aspecto semelhante ao que se observa em Symphypleona, com uma peça suporte medial para os
dentes ...................................................... Fam. Poduridae.
4'Cabeça obliquamente prognata. Com ou sem olhos; estes, quando presentes, situados adiante do meio da cabeça. Dentes não anelados, perfeitamente retos, raramente excedendo o tubo ventral, ou a fúrcula mais ou menos completamente reduzida, porém, quando presente, o manubrium é simples, sem peça suporte medial para os dentes
.................................................... Faro. Hypogastruridae.14
5(2') Órgão trocanteriano ausente; bordo ventral das garras simples,
sem sulco .......................................................................... 6.
5’ Órgãos trocanteriano presente (nos trocanteres das pernas posteriores); bordo ventral das garras, via de regra, com um sulco basal. Cerdas e escamas (parcialmente, pelo menos) ciliadas. 4° urotergito quase sempre consideravelmente mais longo que o 3º. Cerdas sensoriais ciliadas
sempre presentes. Fúrcula sempre presente................ Fam. Entomobryidae.
6(5) 3° e 4° urotergitos aproximadamente do mesmo comprimento ou o 4° mais comprido; algumas vezes este (o 4º) fundido com o 5° e o 6º. Escamas quase sempre ausentes, porém, quando presentes, sem costelas longitudinais.
Cerdas sensoriais, lisas ou ciliadas, presentes ou ausentes.
.......................................................................... Fam. Isotomidae. 15
6' 3° urotergito consideravelmente mais longo que o 4o; todos os uromeros livres. Escamas longitudinalmente estriadas. Órgão post-antenal ausente. Cerdas sensoriais presentes, ciliadas. Fúrcula sempre presente.............................. Fam. Tomoceridae. 16
7(1') sempre consideravelmente mais curtas que a diagonal da cabeça, de 4 segmentos. Cabeça sem vertex elevado. Corpus tenaculi sem cerdas. Quadris alongados, do lado externo distintamente mais compridos que o segmento
trocanteriano respectivo. Segmento ano genital, visto de cima, escondido sob o segmento furcal. Cerdas sensoriais abdominais ausentes.......................................... Fam. Neelidae.
7'   Antenas inseridas atrás do meio da cabeça, em geral consideravelmente
mais longas que a diagonal da cabeça, não raro com segmentos subdivididos. Cabeça com vertex distintamente elevado acima do pescoço. Corpus tenaculi
geralmente com cerdas. Quadris não alongados, com o lado externo consideravelmente mais curto que o interno e que o segmento trocanteriano correspondente. Segmento ano-genital não escondido sob o segmento furcal.
Cerdas abdominais sensoriais presentes...................... Fam. Sminthuridae. 17






         







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